Conversa com a Presidente
23/08/2011
Sandrine
Rebouças da Silva, 28 anos, engenheira de Aracaju (SE) - É triste ver as
estatísticas no trânsito
Sandrine
Rebouças da Silva, 28 anos, engenheira de Aracaju (SE) - É triste ver as
estatísticas no trânsito brasileiro. Vejo que muitos morrem por estarem sem
cinto de segurança. O governo não pode fazer uma campanha educativa?
Presidenta Dilma - Sandrine, o governo
tem feito campanhas frequentes para informar e
conscientizar a população. Foi o caso da que realizamos na Semana Nacional de
Trânsito de 2010, abordando especificamente o uso de cinto de segurança e de
cadeirinha. No feriado de Corpus Christi deste ano, fizemos uma campanha que
resultou na redução de 35% de mortes em relação ao feriado do ano passado, mesmo
com a frota de veículos tendo crescido 9,3% no período. É claro que os índices
de acidentes ainda não são aceitáveis, mas nós estamos revertendo esse quadro.
Nas férias de julho, lançamos a campanha Pare, Pense, Mude,
veiculada em tevês, rádios, revistas, no mobiliário urbano, em painéis, taxidoor, internet e mídias alternativas, entre outros
meios. Estamos trabalhando em parceria com sindicatos de motoristas, de
motociclistas, auto-escolas, montadoras de automóveis e de motocicletas,
seguradoras, numa verdadeira cruzada contra os acidentes e mortes no trânsito.
Estas iniciativas são parte do Pacto Nacional pela
Redução de Acidentes de Trânsito (Parada), que vai permitir o cumprimento da
meta firmada com a Organização Mundial da Saúde: reduzir em até 50% o número de
mortes causadas pelos acidentes de trânsito nos próximos 10 anos.
Ricardo Heleno Justus, 58 anos, aposentado de
Petrolina (PE) - Com
o programa Água para Todos, a água efetivamente virá
para o nosso sertão?
Presidenta Dilma - Posso assegurar a você que sim. Para nós, o
acesso à água é um direito sagrado de todos os cidadãos. O programa Água para
Todos, que lançamos no mês passado, vai garantir esse direito às famílias em
situação de extrema pobreza que vivem no semiárido nordestino. E o programa já está sendo implementado. Para este ano, planejamos a construção de 367
mil cisternas, sendo que 140 mil já estão contratadas. Nossa meta é completar a
construção de 750 mil cisternas e seis mil sistemas simplificados de
abastecimento para o consumo humano até 2014, garantindo acesso a água limpa à
população do semiárido. Para a produção agrícola e
pecuária, vamos implantar 150 mil cisternas de produção, 20 mil pequenos
sistemas de irrigação e 3 mil barragens de água
pluvial. Eu acho, Ricardo, que o Água para Todos vai repetir o sucesso do Luz para Todos, que está promovendo uma verdadeira
revolução no campo, ao trazer 2,8 milhões de famílias das trevas do século 19
para a modernidade do século 21. Mas a garantia de acesso a água virá também de
outros investimentos que estamos fazendo no Nordeste, como a integração da
Bacia do São Francisco, construção de adutoras, açudes, canais de irrigação e
sistemas urbanos de abastecimento de água. Este conjunto de intervenções
garantirá a tão sonhada segurança hídrica no Nordeste.
Luciene Cavalcante, 49 Anos, educadora de Belém
(PA) - Por
que o governo federal não está mais interessado na educação de jovens e
adultos?
Presidenta Dilma - O governo federal está, sim, comprometido com a
educação de jovens e adultos, porque garantir acesso à educação é indispensável
ao exercício pleno da cidadania. Nos últimos anos, foram ampliados
consideravelmente os investimentos nessa área. Desde 2003, o Programa Brasil
Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos, é
desenvolvido em todo o território nacional. A prioridade é para 1.928
municípios que apresentam as mais altas taxas de analfabetismo. As prefeituras
recebem apoio técnico para a implementação do
programa. O Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma
modalidade de ensino para os níveis fundamental e médio, sobretudo da rede
pública, para os que não concluíram os cursos da educação básica na idade
apropriada. O EJA foi incluído no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o que viabiliza a melhoria da qualidade do ensino
pelos estados e municípios. Instituímos também o Programa Nacional do Livro
Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLDEJA), que distribui livros
didáticos para as turmas de alfabetização do PBA e da modalidade EJA. E agora o
Ministério da Educação está elaborando um novo programa de educação no campo,
que terá um olhar especial para a educação de jovens e adultos e para o
problema do analfabetismo, que é mais intenso no meio rural. Com esta nova
ação, vamos acelerar o enfrentamento do desafio de garantir acesso à educação
para jovens e adultos brasileiros.
Fonte:
http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/74/6088/conversa-com-a-presidente.aspx