Conferência é encerrada com documento que propõe aumentar financiamento
04/12/2009
Belém – O Marco de ação de Belém, documento que sintetiza as discussões dos quatro dias da 6ª Conferência Internacional de Jovens e Adultos (Confintea), foi apresentado nesta sexta-feira, dia 4, na capital paraense. O texto reflete consenso entre os participantes, mas sua redação exigiu muitas horas de discussão.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, observou que, apesar das diferenças entre as 156 delegações de países membros que participaram da conferência, o texto procura refletir a vontade coletiva.
“Foi difícil chegar ao consenso. Mas todos os participantes consideram o texto representativo do que podemos avançar como colegiado num passo a mais na educação de qualidade para jovens e adultos”, afirmou o ministro, durante a cerimônia de encerramento.
No documento, os países reconhecem a importância de reforçar políticas públicas de educação de jovens e adultos, a necessidade de se aumentar o financiamento da área e de estreitar as parcerias entre governos e sociedade civil para melhorar a qualidade da educação destinada a esse público.
A fim de melhorar as políticas educacionais para esta faixa etária, o ministro sugeriu que a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) trabalhe para divulgar experiências exitosas. “A Unesco deve disseminar boas práticas para que as metas de Dacar sejam alcançadas por todos”, disse.
Quanto ao financiamento da educação, o ministro ainda defendeu a criação de fundos internacionais de combate ao analfabetismo. “O Brasil tem reiterado em vários encontros a troca de dívidas por medidas de educação. O atingimento de metas internacionais de educação deveria ser considerado por países credores”, afirmou.
América Latina – A América Latina foi a região que apresentou mais avanços significativos na formulação e implantação de políticas de educação de jovens e adultos, de acordo com dados do primeiro relatório global sobre aprendizado e educação de adultos, apresentado na conferência.
De acordo com o secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do MEC, André Lázaro, todos os países da América Latina incorporaram a agenda da educação de jovens e adultos em suas políticas públicas.
“Equador, Bolívia e Venezuela estão enfrentando fortemente o analfabetismo, O Uruguai reconheceu até mesmo a educação não formal e o México tem fortes programas de educação de jovens e adultos”, exemplificou.
Já o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, disse que o Brasil foi o país que teve maior destaque na formulação de políticas para esta faixa etária. “O Brasil deu passos muito importantes ao ser o país que mais institucionalizou políticas no setor”, disse.
Maria Clara Machado
Palavras-chave: Educação de jovens e adultos, Confintea
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