Comunidades quilombolas serão alfabetizadas

A previsão é que o projeto seja implementado em fevereiro

24/10/2012

 

 

As comunidades quilombolas de Sergipe terão a oportunidade de se alfabetizarem por meio do Programa Sergipe Alfabetizado. O objetivo é abrir o acesso à cidadania despertando o interesse pela elevação da escolaridade nas comunidades quilombolas e de religiosidade de matriz africana.

Nesta quarta-feira, 24, representantes de comunidades quilombolas do estado se reuniram com representantes do programa Sergipe Alfabetizado e da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania (Sedhuc). A previsão é que o projeto seja implementado a partir de fevereiro de 2013.

De acordo com o diretor do Programa Sergipe Alfabetizado, José Genivaldo Mártires, o projeto pretende beneficiar todas as comunidades. “Esse ano nós resolvemos ampliar as parcerias entre a SEED e a Sedhuc no intuito de fortalecer as comunidades afrodescendentes quilombolas e criar salas de alfabetização para o público não alfabetizado. Nós estamos fazendo essa reunião hoje para fazer a divulgação e começar o processo de mobilização nessas comunidades. Daqui para janeiro é o período natural da formação dos núcleos de salas de aula”, conta.

Uma comunidade a ser beneficiada será a comunidade Quilombola do Crasto no município de Santa Luzia do Itanhy. Segundo o representante da comunidade, Erisvaldo dos Santos, atualmente a comunidade conta com cerca de 419 famílias a ser beneficiadas.

“Essas famílias vivem exclusivamente da pesca. Esse projeto vai ser viável porque a educação é base de tudo. A marisqueira e os pescadores não sabem sobre os seus direitos, nem o que é seguro desemprego. E esse projeto vai dar direito a ele a ler e escrever e a reconhecer o seu direito como quilombola”, garante.

 

Programa

O programa Sergipe Alfabetizado está em consonância com o Programa Brasil Alfabetizado do Governo Federal e tem como meta iniciar o processo de alfabetização de jovens e adultos para erradicar o analfabetismo no Brasil.

O assessor técnico de Política de Ação da Sedhuc, José Cláudio D’Eça, destacou a importância do projeto. “Os dados de 2009 comprovam que 40% a 50% dessas pessoas não sabem ler nem escrever, mas é bom observar que mesmo tendo essas dificuldades, elas não querem se mostrar pela questão do preconceito e de não se apresentar como analfabetos. Esse projeto pretende modificar essa realidade e oferecer oportunidades a essas pessoas”, diz

Por Aisla Vasconcelos

 

Fonte:

http://www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135663