DENISE MARIA COMERLATO. Ação Gráfica: a representação como experiência
simbólica e cognitiva. 01/03/2005
1v. 225p. Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - EDUCAÇÃO
Orientador(es): MARGARETH SCHÄFFER
Biblioteca Depositaria: Biblioteca Setorial de Educação
Palavras - chave:
Educação de Jovens e Adultos: representação gráfica
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
Banca examinadora:
ALAMO PIMENTEL GONÇALVES DA SILVA
Linha(s) de pesquisa: EIXO TEMÁTICO 1: CONHECIMENTO, SUBJETIVIDADE E PRÁTICAS EDUCACIONAIS Aglutina prioritariamente as temáticas comprometidas com a constituição do sujeito, sua aprendizagem, seus modos de subjetivação e a produção de conhecimento no interior das relações complexas, de diversas ordens, que compõem o ato educativo.
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
Esta pesquisa busca ampliar a compreensão dos processos de aprendizagem de jovens e adultos em escolarização inicial, especialmente no que diz respeito à ação gráfica – enquanto experiência de uso e de manipulação dos símbolos -, tendo em vista aprofundar em quê e como as representações gráficas contribuem para produzir formas de ver o mundo, de lógicas para compreendê-lo, organizá-lo, produzi-lo, atuar mesmo nele. Tomo as representações gráficas como objetos privilegiados para a investigação das relações entre as dimensões simbólica e cognitiva do conhecimento, implicando tanto na produção de um modo específico de conhecimento desenvolvido pela modernidade - o conhecimento científico -, quanto na apropriação dos conhecimentos científicos/escolares por alunos jovens e adultos. Recorro aos autores Bottéro, Goody, Olson, Ferreiro, entre outros, para problematizar aspectos das representações gráficas e construir um panorama histórico e cultural das mesmas: com Bottéro, especialmente no que diz respeito a alguns obstáculos epistemológicos superados no desenvolvimento histórico das representações gráficas; com Goody, o conceito de escritura - enquanto ação e efeito de escrever - produzindo tanto transformações cognitivas quanto sociais; com Olson, a construção do conceito de representação próprio da modernidade, que estabelece uma relação singular do homem com o mundo, situando-o num “universo representado sobre o papel”; e com Ferreiro, algumas especificidades da língua escrita - como uma forma particular de realizar a linguagem - de forma muito diferente da língua oral. Faço uso dos estudos de Piaget para compreender a formação do símbolo e a constituição do pensamento representativo, e analisar a importância do desenvolvimento simbólico para toda a inteligência posterior. Busco também as possibilidades de desenvolvimento da teoria piagetiana, especialmente com reflexões acerca do conhecimento científico e da abstração reflexionante, tendo como foco as representações gráficas, mesmo que essas não tenham sido tema de estudo do autor. Indico, por fim, a possibilidade de uma leitura solidária e complementar entre os aspectos figurativos e operativos do conhecimento, assim como entre o pensamento simbólico e o pensamento conceitual. A investigação realizada encaminha-se para uma discussão de cunho teórico e lida com as representações gráficas no âmbito epistemológico, quando busca compreender sua natureza, e, no âmbito funcional, quando apresenta as produções de sujeitos adultos pouco ou não escolarizados. Mas essa distinção entre sujeito epistêmico e psicológico só reflete as formas de elaboração complementares do sujeito que tende tanto ao conhecimento normativo quanto ao conhecimento prático e empírico, tratando-se, independentemente dos aspectos salientados num ou noutro momento dessa tese, da tentativa de enfocar o sujeito cognoscente, isto é, a de um sujeito que tenta participar ativamente na construção do conhecimento do mundo e de si próprio.