Marcelo Pagliosa Carvalho. A Educação de Jovens e Adultos nas gestões Covas-Alckmin (1995-2005): o que virá depois?.. 01/04/2006
1v. 234p. Mestrado. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - EDUCAÇÃO
Orientador(es): Cesar Augusto Minto
Biblioteca Depositaria: FEUSP
Palavras - chave:
Educação de Jovens e Adultos
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
Banca examinadora:
Cesar Augusto Minto
Dependência administrativa
Estadual
Resumo tese/dissertação:
Trata-se de investigação qualitativa, realizada por meio de pesquisa bibliográfica, documental e de entrevistas com os atores sociais envolvidos, em que são analisadas as políticas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) desenvolvidas no Estado de São Paulo pelos governos de Mário Covas (1995-2001) e de Geraldo Alckmin (2001-2005), cotejando-as com as propostas para o Plano Estadual de Educação de São Paulo elaboradas em 2003, em especial com a proposta do Executivo paulista. Realizou-se um breve histórico da EJA no Brasil, desde os movimentos de educação e de cultura popular e os referenciais de Paulo Freire (fins dos anos 1950 e início da década de 1960) até as principais políticas para essa modalidade de ensino desenvolvidas pelo governo federal nesse começo de século XXI. Foram estudadas as políticas educacionais adotadas no Estado de São Paulo pelos governos de Mário Covas (1995-2001) e de Geraldo Alckmin (2001-2005). Primeiramente, traçou-se um panorama dos aspectos gerais que marcaram tais políticas. Em seguida, realizou-se um estudo breve sobre o processo de municipalização do ensino fundamental ocorrido no Estado depois de 1996. Objetivou-se, com isso, observar os reflexos dessa municipalização na EJA. Após isso, analisou-se, em linhas gerais, os cursos presenciais de EJA que acontecem nas escolas estaduais paulistas, os Centros Estaduais de Educação Supletiva, os Exames Supletivos e o Projeto Escola da Juventude. Procurou-se ater, com maior profundidade, no estudo das telessalas. Finalmente, discutiu-se os aspectos mais significativos das duas propostas para o Plano Estadual de Educação de São Paulo, os processos de construção e as principais diferenças entre as duas propostas. Em seguida, analisou-se a parte relativa à EJA contida principalmente no PEE do Executivo. Com base nas referências teóricas fornecidas por Arelaro, Cortina, Di Pierro, Haddad, entre outros, o trabalho sugere que as políticas educacionais para as pessoas jovens e adultas adotadas pelo governo estadual paulista no período 1995-2005 não foram as mais adequadas para atender esse público que não teve assegurado o direito à escolaridade na idade esperada. Tais políticas pautaram-se por priorizar o aligeiramento da formação do educando, sem atenção significativa com a qualidade do ensino oferecido, preocupando-se mais com a simples rapidez na certificação e diplomação dessa população historicamente desfavorecida e com a “melhoria”, também acelerada, de índices educacionais; além de se constituirem como políticas que visam à economia de recursos financeiros. Na análise realizada sobre o Plano Estadual de Educação proposto pelo Executivo observa-se uma ratificação das políticas adotadas pelo governo estadual no período estudado, o que pode indicar a continuidade de uma política excludente, de caráter paliativo, compensatório e aligeirado para a EJA. O Plano Estadual de Educação: Proposta da Sociedade Paulista, ao contrário, prevê uma política mais conveniente para o atendimento das necessidades educacionais das pessoas jovens e adultas.