Brasil e Nicarágua selam acordo na área de educação profissional

24/10/2006 10:29

Capacitação de professores, elaboração de currículos e montagem de cursos integram o projeto de educação profissional que o Ministério da Educação vai elaborar para atender pedido do Ministério da Educação, Cultura e Esportes da Nicarágua. O projeto é a primeira conseqüência do memorando de entendimento assinado entre os ministros da Educação do Brasil, Fernando Haddad, e da Nicarágua, Miguel Angel García, em 26 de junho, em São Paulo.

O país da América Central, que tem pouco mais de cinco milhões de habitantes e 1,6 milhão de alunos matriculados na educação básica, oferece educação profissional, com duração de 120 a 300 horas, apenas para adultos, mas tem interesse em oferecê-la aos jovens. De acordo com a assessora de planejamento e gestão da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), Márcia Moreschi, que foi à Nicarágua apresentar o sistema brasileiro, a experiência do MEC será de grande ajuda.

O projeto vai cuidar de todo o contexto, a começar pela formação de professores, elaboração de currículos e montagem de cursos. A Setec vai prestar assessoria também na criação de cursos para qualificar jovens e adultos nas principais vocações econômicas da Nicarágua — agroindústria para o processamento de frutas tropicais e laticínios, agroturismo e formação de cooperativas de pequenos produtores.

Outro tema que interessa ao governo da Nicarágua é a coleta de dados do Censo Escolar desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). A coordenadora-geral do censo, Célia Gedeon Araújo, apresentou o formato de coleta e a conexão entre os dados fornecidos pelas escolas e os programas federais de apoio à educação, dentre eles, merenda e transporte escolares e livro didático.

Depois que os nicaragüenses avaliarem as propostas do MEC, será discutida a forma de cooperação. Márcia Moreschi diz que os professores daquele país podem vir ao Brasil para a formação em educação profissional, mas há a possibilidade de os técnicos brasileiros irem à Nicarágua. 

Ionice Lorenzoni