Brasil
e Egito trabalham pela alfabetização de adultos
Os dois
integram o E9, grupo de nove países com metade da população mundial e mais de
70% dos analfabetos adultos do mundo. Próxima reunião ocorre em novembro para
sugestão de novas metas na área.
18/10/2014
O Brasil e o Egito estão entre os países que vêm
trabalhando de forma conjunta para diminuir seus índices de analfabetismo entre
jovens e adultos. Os dois fazem parte do E9, grupo de nove nações que
representa metade da população mundial e concentra mais de 70% dos analfabetos
em idade adulta do mundo. Além de Egito e do Brasil, o bloco é formado por
China, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Bangladesh e Paquistão.
Sob a coordenação técnica da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), representantes dos países se reúnem
regularmente desde 1993, quando a iniciativa foi criada, para trocar
informações e se ajudar mutuamente na implementação de programas que diminuam o
analfabetismo dos jovens e adultos. O grupo, que foi formado a partir dos dados
de 1993, leva adiante um plano anual de trabalho.
A coordenadora do Setor de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca
Otero Gomes, conta que existem 13,2 milhões de analfabetos jovens e adultos no
Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A maior parte dos analfabetos adultos tem acima de 19 anos e 50% está
na região Nordeste. O Brasil tem 200 milhões de habitantes.
O Brasil leva adiante sua alfabetização de jovens e
adultos pelo Brasil Alfabetizado, um programa descentralizado pelo qual estados e municípios trabalham com instituições
parceiras para alfabetizar essa faixa da população, prestando contas do
trabalho ao Ministério da Educação, que centraliza e controla os dados e o
avanço.
Gomes fala que o programa precisa ser reestruturado
já que muitos municípios esbarram em dificuldades em estabelecer as parcerias,
por exemplo. De acordo com a coordenadora, o programa é implementado,
mas está muito devagar, não consegue ser de larga escala, o que ela considera
importante para um país que tem 13 milhões de analfabetos adultos. Ao longo dos
anos, no E9, o Brasil foi compartilhando experiências como a do Brasil
Alfabetizado.
O E9 também trabalha guiado por um projeto maior
chamado Educação para Todos. Ele foi criado em 2000, em um Fórum Mundial de
Educação da Unesco em Dakar
(Senegal), e inclui metas na área de educação para 2015. Entre elas estão a alfabetização de jovens e adultos. Em março do ano que vem
ocorrerá nova reunião, na Coreia, para repactuação das metas porque a maior
parte não foi alcançada, segundo a coordenadora de Educação da Unesco Brasil.
O E9 terá uma reunião em novembro, no Paquistão, e
definirá sugestões que levará para a Coreia. O Brasil também fará um relatório
geral com avanços e desafios na área de educação, que será apresentado em uma
reunião em Lima, no Peru, com os demais países latino-americanos, em outubro.
Segundo Gomes, os grandes desafios do País ainda são alfabetização de jovens e
adultos, qualidade do ensino e valorização dos professores.
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