Portal
MEC, 12/09/2005 - Brasília DF
Susan Faria
O Ministério da Educação pretende eliminar o
analfabetismo entre os presidiários. Para isso, vai promover com o Ministério
da Justiça e com as secretarias estaduais de educação e de segurança pública um
projeto amplo nas penitenciárias. A intenção, segundo o diretor de
alfabetização de jovens e adultos do MEC, Timothy Ireland, é estimular estados e municípios a oferecer salas
de aula e incentivar a continuidade do ensino fundamental e médio nas prisões.
Com esse objetivo, os ministros Fernando Haddad, da Educação, e Márcio Thomaz
Bastos, da Justiça, assinam convênio nos próximos dias.
O projeto-piloto de alfabetização prisional deve
começar em outubro, em penitenciárias de Goiás, Paraíba, Ceará e Rio Grande do
Sul. Depois, será expandido aos demais estados. Esta semana, técnicos da
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado à Secretaria Nacional de Justiça do
Ministério da Justiça, estarão reunidos para continuar os debates em torno do
projeto. Segundo Timothy Ireland,
não há um modelo único de educação nas prisões. O MEC quer ouvir experiências e
formular diretrizes nacionais para o setor. “Queremos esta educação mais
visível, com participação e organização”, disse. A intenção é oferecer material
didático aos presos e formação aos professores.
Segundo Timothy, a
Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que
obteve recursos do governo japonês para educação de presidiários, vai
contribuir com o projeto. Em alguns estados, as secretarias de educação cederão
professores. Outros serão pagos com recursos do programa Brasil Alfabetizado. O
alfabetizador do programa ganha R$ 120,00 por mês, mais R$ 7,00 por aluno. Os
de presídio terão remuneração básica de R$ 150,00, mais R$ 7,00 por aluno. “Em
alguns locais, os presidiários são professores. Queremos estimular essa
prática”, explicou Timothy