MARIA ANGÉLICA BATISTA. A FORMAÇÃO DE ALFABETIZADORES NO PROGRAMA ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA: UM ESTUDO A PARTIR DA PRÁXIS. 01/06/2005

 1v. 170p. Doutorado. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - EDUCAÇÃO (CURRÍCULO)

 Orientador(es): Ana Maria Saul

 Biblioteca Depositaria: PUC/SP

 

Palavras - chave:

 Alfabetizadores; avaliação; capacitação; ed. de adultos

 

Área(s) do conhecimento: 

 EDUCAÇÃO

 

Banca examinadora: 

 Ana Gracinda Queluz

 

Linha(s) de pesquisa:

 POLÍTICAS PÚBLICAS E REFORMAS EDUCACIONAIS E CURRICULARES  Estuda políticas de currículos na realidade contemporânea, privilegiando projetos inovadores que caminham na linha da proposição de um currículo emancipatório.

 

Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação:  CAPES-PROSUP

 

 Dependência administrativa   Particular

 

Resumo tese/dissertação:

 Este trabalho busca analisar e compreender criticamente o modelo de capacitação do Programa Alfabetização Solidária nos grandes centros urbanos da Região do Alto Tietê em São Paulo, propondo modos de aproximação e de interpretação entre o teorizado, o praticado e o dito sobre o praticado. A pesquisa pretende contribuir com as políticas públicas de Educação de Jovens e Adultos no país e a formação docente de um modo geral, concentrando-se na figura do alfabetizador, na ação formadora que incide sobre ele e na formação ele que realiza em seus alunos. Como contraponto, é analisado o discurso oficial do programa que se constrói como lugar discursivo de poder. A metodologia utilizada fez uso de diferentes instrumentos de coleta de dados tais como: visitas realizadas nos núcleos de alfabetização, conversas informais durante a capacitação, análise de documentos do programa, análise de produções escritas dos alfabetizadores nas atividades de capacitação e aplicação da técnica de grupo focal. Foi feita a discussão dos dados conforme o quadro teórico de apoio à pesquisa, a partir do quê elegeram-se três grandes categorias de análise, a saber: “Capacitação: período de construção de saberes necessários ao alfabetizador”, na qual buscou-se discutir a compreensão que os alfabetizadores têm do seu papel no programa, seus saberes pedagógicos, e as possíveis mudanças em suas vidas após a capacitação; “A prática alfabetizadora nos núcleos de alfabetização dos grandes centros urbanos”, em que se discutiu aspectos da prática pedagógica desses alfabetizadores nos núcleos de alfabetização, como planejam e organizam o ensino, como realizam avaliações diagnósticas, as rotinas e modos de trabalhar no cotidiano das salas de aula; ”Leitura de mundo do alfabetizador e sua intervenção sócio-cultural na comunidade”, que discutiu a atuação do alfabetizador na vida comunitária onde se insere o núcleo durante e após a duração do módulo de alfabetização. A análise permitiu construir um novo olhar sobre a capacitação que considero ser valioso para uma análise crítica do próprio programa, tendo em vista seu aperfeiçoamento. Saberes e poderes rigorosamente mal distribuídos entre as classes sociais são linhas de tensão a serem superadas em diferentes frentes. Na educação, embora algumas leis tenham avançado, políticas públicas não concretizaram avanços e, conseqüentemente, o problema do analfabetismo tem sido remediado, postergado ou tratado em termos de resultados numéricos apenas. O presente estudo constata que os alfabetizadores têm saberes, mas esses saberes que possuem são muito limitados e não dão conta de realizar a difícil tarefa de alfabetizar adequadamente as massas populares adultas da sociedade brasileira. Um outro modelo de formação de educador de adultos precisa ser pensado para responder a isto.