Gladys Beatriz Barreyro.
Políticas sociais e educação: o Programa Alfabetização Solidária e a
participação das instituições de ensino superior na sua implementação.
01/04/2005. 1v. 205p. Doutorado. UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO - EDUCAÇÃO
Orientador(es): Maria do Rosario Silveiro Porto
Biblioteca Depositaria: FEUSP
Palavras - chave:
neoliberalismo,
política social, política educacional
Banca examinadora:
Sonia Maria Portella Kruppa
Agência(s) financiadora(s) do
discente ou autor tese/dissertação:
CAPES - DS
Dependência administrativa
Estadual
Resumo tese/dissertação:
Esta
pesquisa tem como objeto de estudo uma política – o Programa Alfabetização
Solidária - que, embora trate de uma temática educacional, foi gestada no âmbito da política social-assistencial do
Governo e, em particular, a sua implementação pelas Instituições de Ensino
Superior. Os objetivos foram: A) explicar as características das políticas
sociais decorrentes do contexto de reformas e mudanças no papel dos Estados
latino-americanos, particularmente o brasileiro, políticas influenciadas pelo
neoliberalismo, o qual, pela via da descentralização, da privatização e da
focalização adquirem novas formas, para, assim, explicar o caráter
social-assistencial do Programa; B) analisar as políticas educacionais da
década, especialmente a municipalização, a implantação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), que
excluiu a Educação de Jovens e Adultos do financiamento, e a expansão da
educação superior, para compreender o surgimento deste Programa e sua execução
fora do âmbito do Ministério da Educação; C) explicar, analisar e interpretar a
política na ação, mostrando como as Instituições de Ensino Superior, as quais
passavam por um processo de expansão com novas regras de avaliação,
credenciamento e reconhecimento, implementaram esse Programa, percebido, nesse
novo contexto, como um saldo positivo. O referencial teórico escolhido teve
como base o estudo das políticas sociais latino-americanas e das políticas
educacionais na década de 1990, especialmente no Brasil. Os procedimentos
metodológicos utilizados foram o levantamento de bibliografia
e de documentos produzidos sobre e pelo Programa, entrevistas com diferentes
participantes do Programa (pro-reitores de extensão,
coordenadores, alfabetizadores, professores etc) e
observações de aulas. Os resultados mostram que o Programa foi, realmente, uma
política governamental de alfabetização de jovens e adultos, apesar de se
postular como não governamental. Seu formato difundiu um modelo de
implementação de políticas sociais que aplicou idéias neoliberais adaptados ao
Brasil, tais como: financiamento público e privado, utilização de mão de obra
barata e temporária, filantropização das
problemáticas sociais e terceirização na implementação por meio de Instituições
de Ensino Superior A essas, o Programa proporcionou o desenvolvimento de
atividades como extensão e estágios, e valiosas experiências de pesquisa,
produção de materiais e envolvimento com a problemática da Educação de Jovens e
Adultos.