Portal Universia, 02/01/2005

Auto-avaliação decide ascensão profissional

Raquel Bocato

 

 

A lista de planos profissionais já está pronta para 2006? Mudar de emprego, conquistar uma posição de chefia ou conseguir estabilidade está entre os projetos? Antes de pensar em novas metas, é preciso avaliar quais são seus pontos fortes e as características-chave para alcançar seu objetivo de carreira, dizem especialistas ouvidos pela Folha. A experiência é especialmente valiosa quando se levam em conta os pontos fracos. Mas também é reconhecidamente mais árdua: descobrir os defeitos é quase sempre desconfortante. É o caminho, no entanto, para tentar minimizá-los e, principalmente, anulá-los. Uma das formas mais simples de fazer uma avaliação da carreira é buscar o auxílio de amigos. Após conhecer as qualidades e os defeitos, é bom conversar com mais alguém para conferir os resultados. Essa pessoa pode fornecer um panorama mais isento, assinala a diretora do Centro de Carreiras da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), Tania Casado.

 

Porém, se barreiras como timidez ou medo de se expor atrapalharem os planos, existem algumas outras alternativas. A autocrítica é o primeiro requisito para descobrir as fragilidades pessoais e profissionais, ensina Giselle Welter, da GW Vocação e Relações Humanas. O que se critica nas atitudes dos colegas pode ser um reflexo do próprio profissional, considera. Outra forma de desvendar prós e contras, diz Welter, é fazer levantamento dos projetos engavetados e os motivos pelos quais eles não saíram do papel neste ano. Aprendizagem de si A leitura de livros de psicologia e de auto-ajuda também vale no processo de autoconhecimento. Mas o mais importante é que esse processo seja contínuo, ressalta Welter. E completa: O único investimento com retorno garantido é em autoconhecimento.

 

O professor de psicologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Ari Rehfeld também enaltece a validade da auto-avaliação. Assumir a deficiência é o grande passo para fazer a modificação no futuro. Para que o profissional coloque em prática a estratégia de mudança, o docente sugere anotar em um papel as características negativas e as que o profissional está disposto a apagar e voltar a olhá-lo somente no ano seguinte. Com isso, não haverá expectativa nem do profissional nem de seus colegas e amigos, avalia. Mas é importante que o profissional tenha em mente que qualquer avaliação nunca é completa. Um mapa da cidade nunca será a cidade em si, com seus detalhes e contrastes, enfatiza Rehfeld.