Analfabetismo cresce no DF, em SP e mais 10 Estados
Folha de São Paulo, 29/08/2009 - São Paulo SP
Com 8%, DF registrou a maior taxa de aumento em 2008; São Paulo teve 3%. Empenho na erradicação do analfabetismo se mostrou heterogêneo no país; para secretário, faltou eficiência ao programa federal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O combate ao analfabetismo foi bastante desigual no Brasil. E o percentual de jovens e adultos que não sabem ler nem escrever aumentou em 2008 no Distrito Federal e em mais 11 Estados -entre eles São Paulo-, mostra o detalhamento dos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tabulados pelo Ministério da Educação. Embora tenha a segunda menor taxa de analfabetismo do país, o Distrito Federal registrou o maior aumento percentual (8%), número que surpreendeu o governo local. Sinval Lucas de Souza Filho, gerente do projeto de erradicação do analfabetismo do DF, disse ter dificuldade de localizar os jovens e adultos que não sabem ler, mesmo nos bolsões de pobreza da capital do país. "Visito, faço mutirões, mas tenho dificuldade de localizar os analfabetos", contou. A principal hipótese para o aumento da taxa no DF são as levas de migrantes que chegam à capital em busca de emprego. "É claro que só iríamos erradicar totalmente o analfabetismo aqui se construíssemos uma cerca elétrica em torno do DF", afirmou, insistindo em que não esperava o resultado da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio).
O governo de
São Paulo avalia que a resistência na queda do analfabetismo reflete falhas no
programa federal. "Há problemas de eficiência", disse o secretário de
Educação do Estado, Paulo Renato Souza. Segundo o IBGE, a taxa de São Paulo
aumentou 3% entre 2007 e 2008. O Estado tem a quinta menor taxa de
analfabetismo do país (4,74%), embora reúna o segundo maior número absoluto de
analfabetos: 1,5 milhão de pessoas com 15 anos ou mais não sabem ler nem
escrever