AM
tem 230 mil analfabetos
28 de Outubro de 2011
Dados
do MEC apontam que os principais fatores são a distância geográfica e a
vulnerabilidade social
Atualmente,
aproximadamente 230 mil pessoas do universo de mais de 3 milhões de habitantes
do Amazonas ainda são analfabetas, o que corresponde ao índice de 9,85%.
A
maior parte do percentual é composto por pessoas que
moram em comunidades rurais que não tiveram acesso à escola ou que abandonaram
o interesse pela educação escolar antes de ingressar nas redes de ensino.
A
constatação é apontada pela diretora de Política de Alfabetização de Jovens e
Adultos do Ministério da Educação (MEC), Simone Oliveira, com base em estudos
feitos pelo ministério.
As
barreiras geográficas e a priorização do trabalho para o sustento familiar
estão entre os principais responsáveis pelo analfabetismo no Estado.
De
acordo com Simone, a maior taxa de analfabetismo na população com mais de dez
anos de idade concentra-se no Nordeste do país, com 17,6%.
O
Norte registra o índice de 10,6%. Em todo o país são mais de 14.612 milhões de
analfabetos, o equivalente a 9,6% da população com idade a partir de 15 anos,
segundo o Censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Embora
os números ainda sejam altos, Simone ressalta que nos últimos 11 anos houve
queda de 4%, já que em 2000 o índice de analfabetos no Brasil era de 13,6%.
A
diretora explica que os indicadores nacionais revelam que 23,3% dos mais de 14
milhões de analfabetos moram em áreas rurais, enquanto que apenas 7% residem em
zonas urbanas. Segundo Simone, a meta é reduzir os indicadores, trabalhando de
acordo com a realidade de cada região.
Dificuldade geográfica
No
Amazonas, segundo ela, a principal dificuldade para combater isso é alcançar a
população no interior que, em alguns casos, ficam em áreas praticamente
isoladas.
“Mesmo
com as dificuldades é possível vencer as distâncias. Existem áreas em que o
vizinho mais próximo dos moradores ficam a quatro
quilômetros. Podemos formar turmas de alfabetização nem que seja para assistir
duas horas de aula duas vezes por semana”, disse Simone.
Questionada
sobre como os governos Federal, Estadual e Municipal pretendem reduzir o
analfabetismo no Estado, ela informou que a meta é retirar esse público da
situação de vulnerabilidade social para que possam começar o processo de ensino
sem abandoná-lo.
O
tema foi discutido ontem, no 3º Fórum de Educação de Jovens e Adultos realizado
por coordenadores do Curso de Pedagogia do Centro Integrado Centro
Universitário de Ensino Superior do Amazonas (Ciesa).
O evento, que será encerrado hoje, 28, debate melhorias de políticas públicas
para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Estado.
O
fórum expõe, ainda, por meio dos profissionais de educação, a qualidade do
ensino fundamental e médio na capital amazonense com base nos indicadores do
MEC.
Programa vai ensinar de
forma
Uma
pesquisa realizada pelo curso de Pedagogia do Ciesa,
no bairro União, na Zona Centro-Sul de Manaus, revelou que 200 pessoas são
analfabetas naquela área. Destas, 150 são analfabetas funcionais e outras 50
não sabem ler e escrever.
A
pesquisa começou em março deste ano e ainda não foi concluída. Segundo a
coordenadora do curso de Pedagogia do Ciesa, Flávia
Carvalho, a pesquisa funciona por meio de abordagem nas casas dos moradores.
Ela
explica que o objetivo é concluir o levantamento e, por meio dele, criar as
estratégias para disponibilizar uma sala, na própria instituição, para
alfabetizar os moradores da área de forma gratuita, a partir do primeiro
semestre de 2012.
Segundo
Flávia, o espaço já está disponível, mas antes de oferecer a alfabetização, o
MEC deve inseri-la no programa de incentivo à educação de jovens
e adultos “Brasil Alfabetizado”, uma vez que o Ciesa
é voltado para o ensino superior.
Maioria das turmas está
em Manaus
4
mil pessoas participam da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no AM.
134 turmas do EJA são
oferecidas em Manaus.
101 turmas do EJA são
disponibilizadas no interior.
5
milhões de livros foram distribuído para o EJA em 2010, em todo o país.
FLORÊNCIO MESQUITA
Fonte:
http://acritica.uol.com.br/manaus/AM-analfabetos_0_580741988.html