EVANDRO ALVES. ESCRITA DIGITAL E
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PRODUZINDO SENTIDOS NUM ENCONTRO INUSITADO..
01/02/2001
1v. 200p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - EDUCAÇÃO
Orientador(es): MARGARETE AXT
Biblioteca Depositaria: BIBLIOTECA SETORIAL DE EDUCAÇÃO
Email do autor:
evandarilho@bol.com.br
Palavras - chave:
língua escrita-aquisição; computador na educação; educação j
Área(s) do conhecimento:
EDUCAÇÃO DE ADULTOS
TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Banca examinadora:
REGINA SORDI
Linha(s) de pesquisa:
EIXO TEMÁTICO 1: CONHECIMENTO, SUBJETIVIDADE E PRÁTICAS EDUCACIONAIS X
Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação: CNPq
Dependência administrativa: Federal
Resumo tese/dissertação:
A presente investigação pretende delinear os percursos de produção de sentidos presentes nas construções textuais realizadas por alunos jovens e adultos em processo de aquisição da língua escrita, na interseção com a tecnologia de escrita digital, mais especificamente no que diz respeito à editoração eletrônica. Nosso estudo objetiva acompanhar o acoplamento interativo dos alunos da Educação de jovens e adultos (EJA) com as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), e ponderar se esse inusitado encontro exerceria efeitos a produção de sentidos desses alunos e de que forma esses poderiam ser inferidos através da análise das suas construções textuais. Para atender às demandas da pesquisa, foi criado um espaço de experimentação pedagógica presencial entre alunos da EJA em processo de aquisição da língua escrita e TICs, vinculado Programa de Ensino Fundamental de Jovens e Adultos Trabalhadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PEFJAT/UFRGS). Esse espaço foi compreendido dentro de uma perspectiva ecológica da cognição, fundamentada nos estudos de Maraschin e Axt (1998), como um ambiente de aprendizagem informatizado e receptivo aos processos dialógicos, em que estão imbricados sujeitos e tecnologias e suas mútuas relações. Dentro dessa ecologia, edificamos dois mirantes de observação. Um dos mirantes diz respeito à linguagem, embasado na perspectiva dialógica de Mikhail Bakhtin. Utilizamos essa teoria com o intuito de considerar objetos da análise da criação verbal não somente as obras em si, no caso, as construções textuais, mas também o processo que lhes concernem. O outro mirante aborda a cognição, a partir da teoria de Jean Piaget e os mecanismos construtivos da atividade cognitiva, no que eles dizem respeito à criação de possibilidades de produção de sentido. Buscamos compreender, com tal teoria, os processos de criação de estratégias pelas quais o autor tenta assegurar o entendimento da sua produção de sentidos a um presumível leitor. Caracterizamos o nosso estudo em dois momentos: primeiramente, o da coleta de dados, como uma pesquisa participante; num segundo momento, o da análise de dados, optamos por realizar estudos de caso com dois sujeitos-autores. Valemo-nos das construções textuais por realizadas por esses sujeitos-autores, além de entrevistas, registros de campo e gravação das interações em fita cassete. Os resultados trazem indícios que comprovam nossa hipótese de que haveria, num ambiente de aprendizagem demarcado pelas dialogia e pela interseção com uma tecnologia de escrita digital, uma diversidade de posições de autoria, por parte dos sujeitos, à medida que esses inserem a si próprios e as suas construções textuais na corrente dialógica, em um movimento cuja materialidade se traduz, na construção textual, através de marcas referentes à intencionalidade, nem sempre consciente em nível da explicitação, desses sujeitos-autores.