ALVARENGA, Marcia Soares de. Os sentidos da cidadania: entre vozes, silenciamentos e resistências no Programa Alfabetização Solidária. 2003 

Descrição: 270 p. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Rio de Janeiro/RJ

 

Orientador: Yves do Amaral Lesbaupin

 

Link: http://146.164.2.21:4505/ALEPH/SESSION-1052718/start/TESES

 

Assunto: Assuntos: Educação – Tese; Cidadania; Alfabetização de adultos; Alfabetização – Brasil Alfabetização    Solidária (Brasil)

           

Resumo:

 

O presente trabalho constitui parte da pesquisa realizado durante o processo de doutoramento concluído, em março de 2003, no programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O problema da pesquisa situa-se dentro do debate e das produções que avaliam os efeitos sócio-econômicos produzidos pelas políticas governamentais de alfabetização dirigidos para jovens e adultos da sociedade brasileira.

Através de estudos desenvolvidos por Paiva (1982 e 1973), Lovisolo (1978), Graff (1994), Haddad (2000), entre outros, sobre esta temática, pode-se conferir que no Brasil as iniciativas que envolvem estas políticas parecem confirmar a inexorável existência de sua conexão com os modelos políticos, sociais e econômicos implantados no país, influenciando e condicionando os sentidos da cidadania dentro dos marcos ideológicos vincados por estes modelos.

Em relação às políticas de alfabetização de jovens e adultos, de 1985 até 2002, a sociedade brasileira acompanhou a implantação de quatro campanhas dirigidas à erradicação do analfabetismo no país.

O MOBRAL, programa instituído pela ditadura militar na década de 1970, veio a ser substituído pelo Projeto Educar, no ano de 1985, o Plano Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC), em 1993, plano este que gozou de pouca expressão no cenário político-educacional brasileiro e o Programa Alfabetização Solidária PAS), implantado em 1997. Como podemos testemunhar, a meta de erradicação do analfabetismo perseguida por estas programas não se cumpriu, ao longo destas quatro últimas décadas.

Há que se destacar que o Programa Alfabetização Solidária, implantado no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, emerge de um contexto de minimização do Estado e do desmonte das políticas públicas sociais, constituindo-se numa das vertentes assistencialistas do Programa Comunidade Solidária (PCS) para o combate à pobreza e à exclusão social nos municípios das regiões do Norte e do Nordeste do Brasil, onde os impactos das políticas neoliberais tornaram-se mais severos.