Alunos exigem data exata
31/03/2011 - Belo Horizonte MG, Estado de Minas
Falta de definição do MEC para os testes do Enem desorienta
estudantes de pré-vestibulares
O reforço no banco de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ajudar o Ministério da Educação (MEC) a tirar do papel, em 2012, a promessa de aplicar duas edições da prova por ano. As universidades públicas de todo o país foram convocadas, esta semana, para trabalhar na elaboração de perguntas para o teste. O material produzido pelas instituições de ensino que aderirem à parceria deve ser usado no próximo Enem, previsto para outubro. A aplicação de uma prova em meados deste ano, conforme o ministro da educação, Fernando Haddad, anunciou por diversas vezes, já está praticamente descartada pelo MEC. A previsão inicial era de que o teste ocorreria em maio e ajudaria a reduzir a série de problemas enfrentados pelo Enem nos últimos dois anos. Até a licitação com a gráfica que imprime as provas permitia a realização de duas edições do exame em 2011. Mas, em reunião recente com as instituições de ensino superior, diretores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) afirmaram que o trabalho está voltado para a aplicação de um Enem em outubro e outro em maio de 2012.
A indefinição do MEC sobre o calendário do Enem é visto com preocupação em cursinhos preparatórios para o teste. “Começamos o ano letivo preparados para fazer um exame no meio do ano, mas, de meados de março para cá, perdemos a credibilidade na realização dessa prova. Acredito que não há mais tempo hábil para isso. Trata-se de uma situação delicada, com uma indefinição ruim para alunos e cursinhos. Não temos problemas de enfrentar um, dois ou até três testes por ano, mas o que nos deixa num beco sem saída é a falta de datas exatas”, reclama o diretor de ensino do Colégio e Pré-Vestibular Soma, Roberto Régis, o Betão. FALHAS Desde 2009, quando o Enem se transformou em aposta para substituir os tradicionais vestibulares, o teste enfrenta uma série de turbulências. A primeira delas, em outubro daquele ano, foi o vazamento da prova. No ano passado, a credibilidade do exame voltou a ser abalada por erros na impressão dos gabaritos, suspeita de uso de telefone celular durante a prova e várias ações na Justiça questionando a correção do exame.
Glória Tupinambás