PATRÍCIA TEIXEIRA DE ALMEIDA. Representações sociais do Analfabetismo na perspectiva de jovens e adultos não-alfabetizados.. 01/07/2004

 1v. 174p. Mestrado. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA - EDUCAÇÃO

 Orientador(es): AFONSO CELSO TANUS GALVÃO

 Biblioteca Depositaria: Campus II

 

Palavras - chave:

 analfabetismo; representações sociais; educação.

 

 

Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO DE ADULTOS

 

 

Banca examinadora: 

 Maria Stela Santos Graciani

 

 

Dependência administrativa

  Particular

 

 

Resumo tese/dissertação:

O analfabetismo é um fenômeno multifacetado que se confunde com a organização histórica da estrutura social brasileira, apartada e excludente, que negou a certos grupos o direito à alfabetização. Entretanto, a sociedade ainda não afirmou a sua responsabilidade pelo fenômeno, marcando o analfabeto como gerador do problema e o analfabetismo como enfermidade social. O presente estudo foi motivado pelo desejo de se investigar se os analfabetos reproduzem essa ideologia. Por meio de entrevistas individuais e de grupos focais, procurou-se identificar representações sociais sobre analfabetismo compartilhadas e vivenciadas por jovens e adultos não-alfabetizados, residentes na Vila Estrutural do Distrito Federal, e os motivos que podem levá-los à alfabetização. Os resultados foram discutidos, principalmente, com base na teoria das representações sociais, e no pensamento de Freire e Ferreiro sobre alfabetização. As falas dos entrevistados revelaram que as representações sociais desse grupo não se constituem apenas em reproduções ideológicas, de sujeitos passivos, mas que as pessoas deixam suas marcas nos saberes compartilhados sobre o analfabetismo. Dentre os motivos que podem levar o grupo à alfabetização, destacam-se a sobrevivência e melhoria da qualidade de vida, que pode se viabilizar pelo acesso ao emprego. Também move essas pessoas à conquista da autonomia, a construção da auto-estima e o desejo de serem aceitas no grupo ao qual pertencem. Embora tenham apresentado imagens negativas da pessoa não-alfabetizada, estigmatizada pelo analfabetismo, pobreza e desemprego, revelaram a crença na possibilidade de desenvolverem-se. O estudo das representações sociais do analfabetismo revelou-se importante para o planejamento político-pedagógico de atividades alfabetizadoras e para a definição de políticas educacionais. Uma das considerações deixadas Por este trabalho é a urgência da construção de estratégias que substituam a culpabilização dos analfabetos pela responsabilidade social pelo analfabetismo.