Jornal de Brasília, 23/10/2006 - Brasília DF

A dinâmica dos cursos técnicos

De curta duração e com qualidade, são boas opções para quem não pode pagar um curso superior

 

É comum pensar que depois do Ensino Médio só há uma alternativa para garantir uma vaga no mercado de trabalho: ingressar no Ensino Superior. Mas para quem não quer, não pode ou não tem condições de pagar uma faculdade, uma boa opção são os cursos técnicos. Eles surgem como alternativas rápidas, com qualidade e garantem fácil empregabilidade. Os cursos técnicos têm curta duração, em média, de três a quatro semestres. Essa formação profissional pode ser uma opção também para quem procura retorno financeiro rápido. Vale ressaltar, entretanto, que a remuneração de um técnico nem sempre alcança a mesma de um profissional com nível superior na mesma área.

 

Segundo a coordenadora de Educação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do SIG, Rosângela Teixeira, os cursos são criados ou extintos de acordo com a necessidade do mercado de trabalho. Quando há carência em uma área e é possível, criam-se os cursos para satisfazer a demanda. "Por isso é fácil se empregar", afirma. No Senai, o curso mais procurado é o de técnico em Segurança do Trabalho. Segundo Rosângela, este é também o que oferece mais oportunidades de emprego, pois todas as empresas quando atingem determinado número de funcionários necessariamente devem contratar um técnico em segurança. Além do Senai, várias instituições oferecem cursos técnicos. A principal diferença é que em algumas não há custos. Independentemente da despesa, além de oferecer o curso, a maioria das escolas técnicas costuma fazer uma ponte entre o aluno e o mercado de trabalho. O Serviço de Aprendizagem Comercial (Senac) oferece diversos cursos e mantém cadastrados os alunos quando recebem o certificado. Assim que uma empresa em busca de um profissional procura o Senac, a instituição entra em contato com um ex-aluno que ainda não tenha emprego. O Colégio Agrícola de Brasília (CAB) também utiliza esse mecanismo para fazer uma interação entre o estudante e o mercado de trabalho.

 

O colégio tem uma coordenadoria de estágio que encaminha os alunos. De acordo com a gerente pedagógica do CAB, Ana Maria Lima, muitos estagiários são contratados. "O campo para Agronomia está em expansão e absorve muitos profissionais formados no CAB", destaca. Segundo a coordenadora dos cursos técnicos do Centro de Educação Profissional (CEP) de Ceilândia, Núbia Vieira, quem tem certificado de curso técnico não é desvalorizado no mercado de trabalho. "São profissionais qualificados em áreas em que há carência. Quem atua no setor de informática, administração, economia e estatística é bem requisitado no mercado", ressalta.